O Neoplasticismo foi um movimento artístico de vanguarda, o qual foi liderado por Piet Mondrian. Esse movimento estava relacionado à arte abstrata. Por ser um movimento marcante na arquitetura, tendo influência até aos dias de hoje, nesse artigo veremos um pouco mais sobre esse movimento artístico.
Uma das principais características do neoplasticismo é que defendia a total limpeza espacial para a pintura. Na prática, reduzia-se a pintura aos seus elementos mais puros, buscando as suas características mais próprias.
Tendo como base essa característica, os artistas desse movimento, como Mondrian e Theo Van Doesburg, usavam apenas cores primárias no seu estado máximo de saturação. Usavam também as cores neutras (branco e preto), as quais são inexistentes na Natureza.
Muitos olham para esse movimento artístico como um produto da revolta moral contra a violência que existia na Europa na altura. Mas também foram importantes outros fatores para o nascimento do neoplasticismo, como o cubismo, o idealismo e a austeridade protestante holandesa.
Helena Petrovna Blavatsky (século XIX) fundou o movimento teosófico. Ela alegava que o conflito entre a ciência e a espiritualidade estava resolvido aplicando o conceito de evolução da espécie a uma escala cósmica. Segundo o movimento teosófico, todo o universo está evoluindo, e não só as espécies. Nós, humanos, vivemos sucessivas encarnações até alcançarmos a perfeição.
Esse movimento teve uma grande influência em M.H.J. Schoenmaekers, um matemático que ficou conhecido por seu tratado “Matemática Expressiva”. Esse tratado teve uma forte influência na concepção artística de Mondrian, especialmente em sua fase inicial de neoplasticismo.
De acordo com os membros do Se Stijl (neoplasticista), a ordem perfeita e universal só seria alcançada pela obediências às leis que regem a produção artística, as quais previam uma arte não-figurativa. Isso porque a arte só poderá expressar-se de uma forma esteticamente purificada, abstrata.
Por essa mesma razão, o neoplasticismo retirava a arte figurativa, banindo o individualismo excessivo, e reduzia as suas ilustrações a elementos construtivos, como a cor, a linha, e o espaço.
“Uma expressão individual não se torna uma expressão universal por meio da representação figurativa, que se baseia em nossa concepção do sentimento, seja clássica, romântica, religiosa ou surrealista.” – Mondrian
A forma de expressão universal é, assim, fruto da intuição mais pura, do pensamento mais puro, apesar de estarem sempre presentes estímulos advindos do mundo exterior, até porque são eles que provocam nos artistas o desejo de criar, de tornar concreto o que sentem através da arte.
Note que os artistas do De Stijl, principalmente Piet Mondrian, não olhavam para a arte abstrata como oposta à própria natureza. Para eles este tipo de arte opunha-se, sim, à natureza animal e do homem, pois não corresponde à verdadeira natureza humana.
A redução das obras a linhas retas e cores primárias assenta na ênfase estruturas e na enorme necessidade do equilíbrio assimétrico.
Sendo assim, o neoplasticismo caracteriza-se por uma rejeição da simetria, mas também pela busca de um equilíbrio dinâmico com o uso de linhas e ângulos retos.
Na altura não se percebia como se alcançava o equilíbrio com a assimetria, mas a ideia era a de atribuir valores semelhantes às combinações das cores e das linhas.
Podemos dizer que se transformava a tela num plano que transformava o dualismo conteúdo-forma numa unidade inseparável.
De facto, a noção de unidade era fundamental para o neoplasticismo. Para elas as relações equilibradas têm de ser as mais puras representações do caráter universal da ordem.
Mondrian visava reconciliar o dualismo matéria-espírito, mas também pretendia resolver o dualismo individual e coletivo.
“Aquilo que se expressa positivamente na plasticidade moderna — uma proporção equilibrada do peculiar e da generalidade — manifesta-se mais ou menos também na vida do homem moderno e constitui a causa original da reconstrução social de que somos testemunhas.” – Van Doesburg
O neoplasticismo não se ficou pela pintura. Ela pretendia envolver todos os espaços, e isso só se conseguiria através da arquitetura.
Como dizia H.B. Chipp:
“no futuro, a materialização concreta dos valores pictóricos suplantará a arte. Então, já não precisaremos de quadros, pois viveremos no meio da arte realizada.”
Vários arquitetos tiveram influência no De Stijl, e essa influência é visível no trabalho de Van Doesburg.
Um dos grandes marcos arquitetônicos do De Stijl é a “Casa Schröder”. Esta foi projetada por Thomas Gerrit e construída em Utrecht, em 1923-24. Essa cara se caracteriza pelo uso de linhas retas, cores básicas e planos. Todos os elementos de ornamentação foram abolidos.
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